As autoridades húngaras introduziram novas restrições à negociação de criptomoedas, criando uma área cinzenta legal para cerca de 500.000 húngaros que possuem ativos digitais.
Uma lei foi aprovada no parlamento em 17 de junho. Está em vigor desde 1 de julho, criminalizando o uso de exchanges não licenciadas e negociações de criptomoedas não autorizadas de alto valor, definidas como transações acima de 50 milhões de florins húngaros (US$ 146.000) e até 500 milhões de florins húngaros (US$ 1,46 milhão). Os infratores enfrentam até dois anos e cinco anos de prisão, respetivamente, ao abrigo do código penal atualizado. Os prestadores de serviços enfrentam punições ainda mais severas, pois a violação das regras pode acarretar até oito anos de prisão.
As novas regras, que colocam o Banco Nacional Húngaro no comando da fiscalização do setor, exigem que todos os prestadores de serviços de criptoativos que operam na Hungria obtenham uma licença do banco central para continuar a operar legalmente.
Possuir Bitcoin ou outras criptomoedas continua legal. A Autoridade de Supervisão de Atividades Regulamentadas ainda não publicou os procedimentos de candidatura, deixando as empresas nacionais no limbo e as exchanges globais sem caminho para a conformidade. Revolut e Bitstamp já suspenderam os serviços de criptomoedas para residentes húngaros em resposta.
Os reguladores dizem que as regras estão alinhadas com a estrutura de Mercados de Criptoativos da UE (Markets in Crypto-Assets framework), adicionando salvaguardas extras, como um "certificado de validação de conversão" obrigatório para cada negociação. Alguns membros da indústria argumentam que as penalidades — muito mais duras do que as do MiCA — e a ausência de qualquer janela de licenciamento parecem destinadas a extinguir a negociação em vez de regulamentá-la.
As autoridades húngaras não comentaram sobre um cronograma para divulgar os critérios de licenciamento.