As ações da Nike disparam 17% após o CEO tranquilizar os investidores, dizendo que a recuperação está no horizonte

As ações da Nike dispararam 17% na sexta-feira, depois que a empresa disse que o pior de suas dificuldades ficou para trás, após um relatório de lucros do quarto trimestre fiscal melhor do que o esperado. Na quinta-feira, a Nike reiterou que sofreria o maior impacto financeiro de seu plano de recuperação durante o trimestre, tranquilizando os investidores que temiam que os aumentos de tarifas do Presidente Donald Trump em importantes centros de fabricação da Nike, como China e Vietnã, descarrilassem a recuperação da empresa. A Nike registrou um quarto trimestre fraco, com queda de 12% nas vendas, queda de 86% no lucro líquido e diminuição das margens de lucro. Mas o CEO Elliott Hill enfatizou que a empresa emergiu do pior de sua crise e que a queda nas vendas e nos lucros começaria a diminuir nos próximos trimestres. "Os resultados que estamos divulgando hoje no Q4 e no FY25 não estão à altura do padrão da Nike, mas, como dissemos há 90 dias, o trabalho que estamos fazendo para reposicionar os negócios por meio de nossas ações 'Win Now' está tendo um impacto", disse Hill em uma teleconferência sobre os resultados, referindo-se ao nome do plano de recuperação da empresa. "A partir daqui, esperamos que nossos resultados de negócios melhorem. É hora de virar a página." Com poucos detalhes sobre o progresso das estratégias de recuperação da Nike no comunicado de resultados da empresa, as ações da empresa caíram inicialmente quando divulgou os resultados após o fechamento do pregão na quinta-feira. Ao final de uma teleconferência de uma hora com executivos da Nike e analistas de Wall Street, as ações subiram mais de 10% nas negociações estendidas. Além de garantir aos investidores que o plano de recuperação está funcionando, Hill compartilhou atualizações promissoras sobre novos lançamentos de produtos e os esforços da Nike para reconquistar parceiros atacadistas, que têm sido áreas-chave de foco desde que ele assumiu o cargo em outubro. Hill compartilhou detalhes por trás da decisão da Nike de começar a vender na Amazon pela primeira vez desde 2019 e seu esforço para conquistar compradoras, outra prioridade para a empresa. Durante o trimestre, a empresa lançou produtos em mais de 200 lojas lideradas por mulheres, incluindo a Aritzia, e lançou sua coleção com a estrela da WNBA A'ja Wilson, que Hill disse ter esgotado em três minutos. Na manhã de sexta-feira, as ações subiram ainda mais depois que vários bancos emitiram comentários otimistas sobre a empresa. O HSBC elevou a recomendação da Nike de manter para comprar, sua primeira classificação de compra para as ações em 3½ anos. O HSBC também elevou seu preço-alvo para US$ 80, o que implica um potencial de alta de 28% em relação ao fechamento de quinta-feira. "Há muito tempo em preparação, mas achamos que a inflexão finalmente chegou", escreveu o analista Erwan Rambourg em uma nota de pesquisa. "Achamos que há evidências mais do que tangíveis de que a Nike tem um caminho para ver suas vendas se recuperarem em um futuro não muito distante, e suas margens serem reparadas, e isso apesar de um vento contrário desfavorável das tarifas." Os resultados da Nike mostram que a empresa está se recuperando em um cronograma que Wall Street gosta. Mas não chame isso de retorno ainda. A gigante dos tênis está tentando crescer novamente em um momento instável para a economia, à medida que o enfraquecimento do sentimento do consumidor, o aumento da dívida, as tarifas e as deportações em massa levantam questões sobre gastos e PIB. A Nike ainda espera que as vendas diminuam em seu trimestre atual em uma porcentagem de um dígito médio, em linha com as expectativas de Wall Street de uma queda de 7%, de acordo com a LSEG. Ela também tem mais trabalho a fazer para limpar o estoque de estilo de vida obsoleto de suas linhas clássicas Dunks e Jordan. Esses esforços para liquidar o estoque antigo afetaram as margens de lucro e as vendas porque a Nike teve que contar com descontos profundos, canais de liquidação e o setor de preços baixos para limpar esse excesso. No ano fiscal de 2025, que terminou no mês passado, as vendas de clássicos como Air Force 1, Air Jordan 1 e Dunks caíram mais de 20% em comparação com o período do ano anterior. No quarto trimestre, isso acelerou para 30%, o que impactou as vendas em quase US$ 1 bilhão, disse o diretor financeiro Matt Friend. Os níveis de estoque do Air Force 1 começaram a se estabilizar, mas a Nike ainda está trabalhando para limpar o fornecimento de sua franquia Dunk, o que afetará os lucros da empresa durante o primeiro semestre de seu ano fiscal atual, disse Friend. Tanto Hill quanto Friend disseram que os lucros da Nike estarão sob pressão durante o primeiro semestre do ano fiscal de 2026, enquanto trabalha em seu estoque e lida com custos mais altos de tarifas. Eles disseram que esperam que os lucros melhorem no segundo semestre do ano. No entanto, quando se trata de crescimento real das vendas, ainda é muito cedo para dizer quando a empresa vai parar de encolher. Quando perguntado se há algum cenário em que a empresa possa voltar ao crescimento da receita este ano, Hill se recusou a compartilhar um cronograma. "Por causa de tudo o que está acontecendo, vamos analisar 90 dias de cada vez", disse Hill. "Acreditamos que a recuperação total levará tempo." Correção: Este artigo foi atualizado para corrigir a grafia de Aritzia.